sábado, 19 de fevereiro de 2011


Me diz que eu sou seu vício, que eu sou seu crime, fora da lei.
Nos dias tão suados, alucinados, que fez de mim um tanto além, nem me lembrei das incertezas que me deram de você.
Refiz todas as rotas pra ver meu erro, mas ao seu lado percebi que direção é coisa de quem já aprendeu a comandar.
Me perdi nos seus encantos e ao seu canto eu me entreguei.
O meu sorriso tornou-se pequeno, querendo ser grande, maior que a culpa da tentação.
Eu já sei que esse caso é o meu descaso, o meu acaso e o meu atraso, que faz da minha vida corrente atada ao seu querer.
Por mais que eu o apague, que eu decrete o fim ao meu segredo, ainda vivo a tortura do nosso encontro nos violentos e tão profundos sonhos de mim.
A sua leviandade, suas meias verdades, sua tão insossa atuação.
Seus olhares de canto, sua risada malandra e aquele respirar tão folgado que me trouxe o prazer indomável e inseguro, capaz de expulsar-me a razão.
E eu que acredito pra poder me enganar, só pra ter mais de ti neste corpo pagão.
E aquele crime tão imperfeito, que me tirou o ar, me fez de bandida e refém, me abriu a ferida e arrancou-me do chão, não me deixa a saída e nem de longe me oferece perdão.

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